tentei fazer uma retrospectiva de 2010. falhei miseravelmente. me surpreendi ao perceber que fazer uma retrospectiva da minha vida inteira seria mais fácil. então fiz. 20 anos.
em 1990 nasci. em 1991 aprendi a falar e a andar. em 1991 ganhei uma irmãzinha. em 1993 fui para a escola pela primeira vez, por 2 dias. em 1995 fui para a escola pela segunda vez, por 13 anos. em 1996 tive minha primeira paixãozinha. em 1996 aprendi a ler e escrever. em 1998 li meu primeiro livro, A Mina de Ouro, da Maria Jose Dupre. em 1998 mudei de casa pela primeira vez. em 1998 apareci no programa da Eliana. em 1999 minha avó morreu, na noite de natal. em 2000 mudei de escola pela primeira vez, fui estudar em uma escola pública. em 2001 mudei de escola pela segunda vez, fui estudar em uma escola particular. em 2001 meu avô morreu, no dia em que eu tinha prova de informática. em 2002 ouvi Beatles pela primeira vez. em 2002 fiz amigos pela primeira vez. em 2002 tive minha primeira paixãozona. em 2002 comecei a cantar no coral da escola. em 2003 mudei de escola pela terceira vez. em 2004 comecei a jogar handball. em 2005 ganheimeu primeiro computador. em 2005 mudei da escola pela quarta vez, e foi uma das melhores coisas que já aconteceu nessa minha vida. em 2005 tomei a minha primeira dose de bebida alcoolica. em 2005 conheci minha melhor amiga. em 2005 tirei minha primeira nota vermelha. em 2005 larguei do coral. em 2005 cabulei aula pela primeira vez. em 2005 dei um beijo ao som de Lithium, Nirvana. em 2005 repeti de ano. em 2006 fui para balada pela primeira vez, com aqueles amigos que eu fiz em 2002. em 2006 vi Itapeva pela primeira vez. em 2006 'conheci' meu melhor amigo. em 2007 mudei de cidade pela primeira vez. em 2007 mudei de escola pela quarta vez. em 2007 me tornei uma Maria. em 2007 comecei a fazer Edificações. em 2007 passei meu primeiro reveillon com as Marias. em 2008 fiquei amiga da minha irmã. em 2008 tomei meu primeiro porre homerico. em 2008 eu era da começão de formatura e organizei uma festa para 300 pessoas em uma semana. em 2008 eu me apaixonei. e sofri a decepção amorosa mais ridicula da minha vida. e fiquei de coração partido três vezes mais tempo do que fui apaixonada. em 2008 larguei Edificações. em 2008 fui pela primeira vez ao Primo's. de muitas. em 2008 comecei a fumar. em 2008 fiquei com um cara por quem eu fui apaixonada um ano.em 2008 quebrei o coccix e a cara. em 2008 perdi a virgindade. em 2008 tive meu primeiro namorado sério. em 2008 terminei a escola. em 2008 tive um DIA 20. em 2008 terminei com meu primeiro namorado pela primeira vez. em 2008 passei meu segundo reveillon com as Marias. resumindo, em 2008 dancei até a hora que a banda parou, bebi até a hora que a cerveja acabou e me diverti até a hora que o dia clareou mais vezes do que poderia lembrar, mas mesmo assim me lembro. em 2008 morei na melhor cidade do mundo. em 2009 voltei com meu primeiro namorado. em 2009 terminei com meu primeiro namorado pela segunda vez porque havia conhecido meu segundo namorado. em 2009 comecei a namorar meu segundo namorado. em 2009 mudei de cidade pela segunda vez. em 2009 cai num buraco. em 2009 passei meu terceiro reveillon com as Marias. em 2010 comemorei um ano de namoro. em 2010 vi minhas amigas se espalhando por três estados. em 2010 entrei pra faculdade de história. em 2010 comecei a chamar os amigos do meu namorado de meus, e foi a melhor coisa que aconteceu no ano, so far. em 2010 vi minhas amigas se reunindo em volta da mesma velha mesa de bar e rindo mais alto que todos pela milésima vez, mas teve gostinho de primeira vez. em 2010 arrumei meu primeiro emprego. em 2010 fui demitida pela primeira vez. em 2010 larguei da faculdade. em 2010 meus pais se separaram. em 2010 passei no vestibular para pedagogia, numa faculdade particular. em 2010 passei para a segunda fase da Unicamp, para pedagogia, pela primeira vez.
e por enquanto é só isso.
o que posso dizer a mais é que:
em 2010 espero passar meu quarto reveillon com as Marias. em 2011 espero comemorar meu segundo ano de namoro. em 2011 espero voltar a faculdade e adorar o novo curso. em 2011 espero arrumar meu segundo emprego e ficar mais que um mês nele. em 2011 espero zerar Chrono Trigger. em 2011 espero passar me quinto reveillon com as Marias. em 2011 espero continuar muito amiga da Gisele, do Mateus, da Mônica, da Ruiva, do Zé, como sou a tantos anos. em 2011 espero ser feliz.
morte
ultimamente tenho tido um terror absoluto de morrer de repente, não sei porque.
não tenho medo de morrer deixando coisas para trás, ou morrer sem ter finalizado coisas que nem ao menos comecei e tudo o mais. nem tenho medo de sentir dor nem nada. nem de ser demorado.
eu tenho medo do que vem depois. e de não me acostumar. e de que seja realmente pra sempre, a pós-existência. afinal, me namorado foi viajar dia 8. só vou me reunir a ele QUEM SABE dia 28. e esse vinte dias me parecem a coisa mais angustiante do mundo. já se passaram mais de 10 dias e tem sido uma tortura. para quem sabe como nós somos, quem nos vê na nossa rotina, quem acompanha de perto e bastante, sabe o que um significa pro outro. e 20 dias sem ele me parece uma vida.
agora, imagine passar a eternidade sem ele? e sem minha irmã, pessoa da qual eu não me afastei por mais de sete dias consecutivos em 19 anos??? sem tumblr??? e eu lá sei se pode fumar lá pra onde eu vou? e eu lá sei se não vai ser o cigarro que vai me mandar pra lá??????
mas hoje eu tava pensando nisso DE NOVO, e li sem querer a seguinte frase, sobre a primeira vez que a gente encosta na mamãe pelo lado de fora: ' depois do medão que deve ter sido mudar de ambiente e plano, o quão confortável não tava aquele colo.' e eu fiquei refletindo sobre isso e é meio que assim que eu imagino ser morrer. mudar de ambiente e plano, drasticamente. será que haverá um colo de mamãe pra mim do outro lado?
não tenho medo de morrer deixando coisas para trás, ou morrer sem ter finalizado coisas que nem ao menos comecei e tudo o mais. nem tenho medo de sentir dor nem nada. nem de ser demorado.
eu tenho medo do que vem depois. e de não me acostumar. e de que seja realmente pra sempre, a pós-existência. afinal, me namorado foi viajar dia 8. só vou me reunir a ele QUEM SABE dia 28. e esse vinte dias me parecem a coisa mais angustiante do mundo. já se passaram mais de 10 dias e tem sido uma tortura. para quem sabe como nós somos, quem nos vê na nossa rotina, quem acompanha de perto e bastante, sabe o que um significa pro outro. e 20 dias sem ele me parece uma vida.
agora, imagine passar a eternidade sem ele? e sem minha irmã, pessoa da qual eu não me afastei por mais de sete dias consecutivos em 19 anos??? sem tumblr??? e eu lá sei se pode fumar lá pra onde eu vou? e eu lá sei se não vai ser o cigarro que vai me mandar pra lá??????
mas hoje eu tava pensando nisso DE NOVO, e li sem querer a seguinte frase, sobre a primeira vez que a gente encosta na mamãe pelo lado de fora: ' depois do medão que deve ter sido mudar de ambiente e plano, o quão confortável não tava aquele colo.' e eu fiquei refletindo sobre isso e é meio que assim que eu imagino ser morrer. mudar de ambiente e plano, drasticamente. será que haverá um colo de mamãe pra mim do outro lado?
![]() |
Kat: What's it like to die? Casper: Like... being born, only backwards. |
eu sei que é meio que babaquice e carencia da minha parte, mas estou me sentindo bem abandonada no momento.
okay, sai com gisele, monica e mateus no sábado. foi ótimo. ótimo mesmo. e apesar de o mateus ter vazado do nosso ponto de encontro pra ir ver um show porque eu me atrasei meia hora, eu não me senti abandonada, nem mesma nessa hora. aliás, eu entendi perfeitamente bem. quer dizer eu não faria isso em nenhuma situação, mas eu conheço o mateus desde 2006, e conheço relativamente bem, e ele é um dos meus melhores amigos, e eu sei como ele é. foi realmente coerente da parte dele, and didn't do me no harm.
mas aí é que está o negócio. (por estranho que pareça) citei justamente esse exemplo porque ele não se encaixa no que eu quero dizer. mas há situações parecidas como essa que me incomodam, e muito. simplesmente pelo fato de que ~eu não faria isso~
estou realmente num estágio em que isso começou a me irritar demais.
as pessoas agem comigo, falam comigo de um jeito que eu não faria com elas, e o pior de tudo: me vejo fazendo coisas e falam coisas para pessoas que nunca agiriam dessa forma comigo.
um exemplo inofensivo e anonimo: há gente que vem perguntar pra mim como ela deve cortar o cabelo, e eu paro tudo que estou fazendo e realmente reflito a respeito, e coloco na voz o maior tom de 'isso realmente me importa' quando, vamos concordar, não há jeito possível de isso realmente me importar. mas eu acho que todo mundo fica feliz de ver os outros se importando com você. então eu faço. mas na situação contrária! se eu digo coisas do tipo: 'que cor de esmalte eu devo usar??' ou mesmo: 'que carreira eu devo seguir??????' e a pessoa está relativamente ocupada ela murmura 'aah, sei lá...' e nem levanta o rosto pra mim.
isso não me machuca porque a pessoa não se importa, por eu sei que não é fácil de se importar com a cor do esmalte que outra pessoa usa.mas me magoa perceber que in the otherwise eu me importaria com isso, OU PELO MENOS FINGIRIA ME IMPORTAR, como se a questão fosse de vida ou morte.
e fica um pouco pior se eu penso em coisas realmente importantes como quando me oferecem a chance de ir viajar pra um lugar que eu quero muito ou fazer algo que eu quero muito e eu simplesmente NÃO CONSIGO aceitar se alguém importante pra mim também quer ir/fazer e não está incluida na situação.
já cansei de pensar sobre isso e em todas as situações a resposta é sempre a mesma: 'pare de ser trouxa, nádia. vá. simplesmente vá.'
mas por causa de um monte de coisas que aconteceu na minha vida nos ultimos anos, eu não consigo evitar de me sentir culpada quando estou feliz e alguém que eu amo não está.
essa falta de reciprocidade em 80% das minhas relações está me cansando.
okay, sai com gisele, monica e mateus no sábado. foi ótimo. ótimo mesmo. e apesar de o mateus ter vazado do nosso ponto de encontro pra ir ver um show porque eu me atrasei meia hora, eu não me senti abandonada, nem mesma nessa hora. aliás, eu entendi perfeitamente bem. quer dizer eu não faria isso em nenhuma situação, mas eu conheço o mateus desde 2006, e conheço relativamente bem, e ele é um dos meus melhores amigos, e eu sei como ele é. foi realmente coerente da parte dele, and didn't do me no harm.
mas aí é que está o negócio. (por estranho que pareça) citei justamente esse exemplo porque ele não se encaixa no que eu quero dizer. mas há situações parecidas como essa que me incomodam, e muito. simplesmente pelo fato de que ~eu não faria isso~
estou realmente num estágio em que isso começou a me irritar demais.
as pessoas agem comigo, falam comigo de um jeito que eu não faria com elas, e o pior de tudo: me vejo fazendo coisas e falam coisas para pessoas que nunca agiriam dessa forma comigo.
um exemplo inofensivo e anonimo: há gente que vem perguntar pra mim como ela deve cortar o cabelo, e eu paro tudo que estou fazendo e realmente reflito a respeito, e coloco na voz o maior tom de 'isso realmente me importa' quando, vamos concordar, não há jeito possível de isso realmente me importar. mas eu acho que todo mundo fica feliz de ver os outros se importando com você. então eu faço. mas na situação contrária! se eu digo coisas do tipo: 'que cor de esmalte eu devo usar??' ou mesmo: 'que carreira eu devo seguir??????' e a pessoa está relativamente ocupada ela murmura 'aah, sei lá...' e nem levanta o rosto pra mim.
isso não me machuca porque a pessoa não se importa, por eu sei que não é fácil de se importar com a cor do esmalte que outra pessoa usa.mas me magoa perceber que in the otherwise eu me importaria com isso, OU PELO MENOS FINGIRIA ME IMPORTAR, como se a questão fosse de vida ou morte.
e fica um pouco pior se eu penso em coisas realmente importantes como quando me oferecem a chance de ir viajar pra um lugar que eu quero muito ou fazer algo que eu quero muito e eu simplesmente NÃO CONSIGO aceitar se alguém importante pra mim também quer ir/fazer e não está incluida na situação.
já cansei de pensar sobre isso e em todas as situações a resposta é sempre a mesma: 'pare de ser trouxa, nádia. vá. simplesmente vá.'
mas por causa de um monte de coisas que aconteceu na minha vida nos ultimos anos, eu não consigo evitar de me sentir culpada quando estou feliz e alguém que eu amo não está.
essa falta de reciprocidade em 80% das minhas relações está me cansando.
trabalho de uma vida
Acabei de fazer uma lista definitiva e revisitada e tudo mais das 25 Melhores Músicas dos Beatles.
Achei que não ia ser relevante em nenhum lugar que eu postasse, mas seria um tanto quanto meeeeenos irrelevante se eu postasse aqui porque
1. deu trabalho. muito.
2. isso é uma coisa polêmica que gera discussão. e principalmente...
3. ilustra com tanta clareza quanto marshall's pie chart describing his favorites bars and his bar graph describing his favorites pies como a minha vida anda. é sexta-feira, 1h e tanto da madrugada e eu estou sentada no quarto da bia fazendo uma lista que simplesmente não pode ser feita e que pode ser considerada como o trabalho mais efêmero de todos do mundo depois das esculturas de areia. eu não sei porque mas tenho a sensação de que deveria estar bêbada agora. e lá fora. e de sapato. e dançando. e conhecendo pessoas. mas não posso dizer que DEVERIA ESTAR me divertindo porque, HELL YEAH, foi divertido fazer essa lista.
então a conclusão que eu chego é que talvez eu esteja mudando. ou talvez o mundo a minha volta esteja mudando. mas, AH, o solo de Being For The Benifit Of Mr. Kite nunca muda, e a sensação que tenho ao ouvi-lo nunca vai mudar, eu espero.
soooooooooooo, here it goes.
(lembrando que não está em ordem. só destaquei essas das outras centenas. por em ordem é algo pra ser feito talvez no dia que o allan morrer ou eu me aposentar ou meus filhos sairem de casa. então será em ordem alfabetica, apenas)
e aí? que acharam? qual vocês acham que foi uma HERESIA não ter colocado? comentem, just once :)
Achei que não ia ser relevante em nenhum lugar que eu postasse, mas seria um tanto quanto meeeeenos irrelevante se eu postasse aqui porque
1. deu trabalho. muito.
2. isso é uma coisa polêmica que gera discussão. e principalmente...
3. ilustra com tanta clareza quanto marshall's pie chart describing his favorites bars and his bar graph describing his favorites pies como a minha vida anda. é sexta-feira, 1h e tanto da madrugada e eu estou sentada no quarto da bia fazendo uma lista que simplesmente não pode ser feita e que pode ser considerada como o trabalho mais efêmero de todos do mundo depois das esculturas de areia. eu não sei porque mas tenho a sensação de que deveria estar bêbada agora. e lá fora. e de sapato. e dançando. e conhecendo pessoas. mas não posso dizer que DEVERIA ESTAR me divertindo porque, HELL YEAH, foi divertido fazer essa lista.
então a conclusão que eu chego é que talvez eu esteja mudando. ou talvez o mundo a minha volta esteja mudando. mas, AH, o solo de Being For The Benifit Of Mr. Kite nunca muda, e a sensação que tenho ao ouvi-lo nunca vai mudar, eu espero.
soooooooooooo, here it goes.
(lembrando que não está em ordem. só destaquei essas das outras centenas. por em ordem é algo pra ser feito talvez no dia que o allan morrer ou eu me aposentar ou meus filhos sairem de casa. então será em ordem alfabetica, apenas)
A day in the life
Across the universe
Act naturally
And your bird can sing
Being for the benefit of mr kite
Carry that weight
Dig a pony
Fixing a hole
For no one
Golden slumbers
Here comes the sun
I am the walrus
I me mine
I’m looking through you
I’m only sleeping
Nowhere man
Oh! Darling
She’s leaving home
Something
Strawberry fields forever
The end
We can work it out
While my guitar gently weeps
Yes it is
You can’t do that
e aí? que acharam? qual vocês acham que foi uma HERESIA não ter colocado? comentem, just once :)
estou a dias ensaiando um post sobre um quadrinho genial que eu li. dei uns print screens nas cenas mais sensíveis e doces. foi isso que me deixou fascinada pelo Asterios Polyp. A sensibilidade e doçura, e as sacadas absolutamente geniais sobre a condição humana e blablabla.
eu queria até postar mais coisas, mas não quero ser spoiler queen, como o allan me chama.
e além do mais, o allan foi embora pra itapeva ontem. hoje amanheceu tudo cinza e apagado e nada mais me importa direito.
essa é uma das sacada geniais: desenhar cada ser humano com um traço, de acordo com a personalidade do personagem. |
a idéia do holofote ao lado, mas nunca sobre ela, é de uma sensibilidade impar, e linda. |
e o fato de eles serem tão diferentes e se gostarem e tal. ah, que lindo. |
e os traços se confundindo... OMG. |
e além do mais, o allan foi embora pra itapeva ontem. hoje amanheceu tudo cinza e apagado e nada mais me importa direito.
fato acontecido em fevereiro de 2009
hoje eu olhei pra um cara que a gente vê as vezes aqui em americana, um tal de chuchu, e disse pra bia: 'será que esse rapaz não tem um tênis?'. isso porque ele tá sempre com uma sandália muito massa, completamente jesus christ super star. claro que eu não tava pretendendo com isso troçar dele nem nada. era uma piada, uma das bem imbecis. coisas entre eu e bia, sabe.
lá naquele lugar só há gente bizarra. bizarrices de primeira linha, mesmo. coisas que a gente se recosta, com o cigarro na mão e fica quieta observando. coisas boas mesmo de se observar, eu penso. foi esse meu erro principal quando fui lá pela primeira vez, eu achava que devia me entrosar naquilo, ser um deles, fazer parte do circo todo. hoje eu sei, aquilo é uma jóia rara de se observar, mas só observar mesmo. quando eu perceber que estou começando a virar uma daquelas meninas que vão TODAS de salto alto, colar comprido no pescoço e blusa de um ombro só aparecendo um sutia preto ou de onça, eu caio fora na hora. peço pra bia me internar.
ainda vou escrever um livro sobre aquela gente.
e eu pensei sempre assim. acho divertido ver e tal, comentar, rir, entender esse comportamento humano. euentendia perfeitamente que somos diferentes, eu e eles.
mas hoje eu compreendi de verdade que somos diferentes. porque a bia me respondeu, em sua infinita sabedoria, sobre o não-tênis do chuchu: 'ele deve olhar pra gente e pensar: essas gurias não têm uma sandália, não??'
thin line.
as vezes eu estou a toa na internet e me deparo com palavras ditas por outras pessoas que do nada trazem toda uma tristeza e uma euforia.
agora pouco eu li: 'sexta vamos no primo's, né?'
meu avô tem o costume de me dizer com relativa frequencia: 'esquece aquela cidade. isso só faz você sofrer. aquilo não é mais a sua vida. viva para o presente. largue mão do passado, sua boba'.
talvez ele nunca tenha passado por uma experiência assim, eu acho. quando você encontra um lugar, alguém, um som, um cheiro, um gosto que pode realmente trazer a tona tudo o que há de melhor em você.
eu penso na pessoa imatura, mentirosa, pequena e meio podre que eu era aos 15 anos. aí penso na pessoa que eu era aos 18. talvez, TALVEZ, fosse um caminho normal, algo que aconteceria de qualquer forma. mas eu sei que não. eu sei que não.
as vezes eu acordo e tudo o que eu queria era tomar um banho e ir até a casa da marta, fazer brigadeiros ou ficar na internet rindo alopradamente. quem sabe jogar um the sims e mais tarde pedir uma carona ao deco até o making off, e dançar até a hora que a banda parar.
talvez fosse um dia de semana e eu estivesse na escola. com sorte, poderia ser um dia de educação fisica, então eu e o jeferson nos refugiaríamos no canto mais obscuro do minas, para falar dos nossos sentimentos mais obscuros ou das experiências mais obscuras. a gente poderia chorar. ou rir até se acabar.
se fosse um final de semana, eu gostaria de andar de madrugada até minha casa com a duda e a bia ao meu lado, falando da noite ou de coisas mais sérias, e então quando chegassemos em casa, minha mãe teria feito um bolo, um café ou teria pão com mortadela. a gente comeria e iria se deitar, para conversar mais um pouco antes de dormir. e ai no dia seguinte quando eu acordasse, a eduarda já estaria acordada há horas na cozinha com a minha mãe, e talvez ela poderia me receber me contando uma coisa estranha que eu tivesse dito enquanto dormia.
se a duh tivesse ficado em itaberá, então muito provavelmente eu iria com a mô pegar uma moto para casa. antes de ir atéo disk moto, a gente levaria a marta em casa, e na volta ela seguraria meu braço daquele jeito que só ela segura e a gente sentaria num cantinho pra conversar. externar nossas preocupações e orgulhos das nossas marias, e perder a noção do tempo, como aconteceu tantas e tantas e tantas vezes.
muitas vezes também, eu estava andando sozinha pelo centro e encontrava a adriele de mochila nas costas e oculos de sol. na mochila, umas 2342165 mil contas da tia dircéia, que proporcionariam uma verdadeira procissão pelas mais variadas lojas da cidade. no fim, juntaríamos moedas e repartiriamos um cachorro quente no juninho.
tenho a sensação que adoraria ter cada uma delas só pra mim, por meia hora cada, que fosse.
agora pouco eu li: 'sexta vamos no primo's, né?'
meu avô tem o costume de me dizer com relativa frequencia: 'esquece aquela cidade. isso só faz você sofrer. aquilo não é mais a sua vida. viva para o presente. largue mão do passado, sua boba'.
talvez ele nunca tenha passado por uma experiência assim, eu acho. quando você encontra um lugar, alguém, um som, um cheiro, um gosto que pode realmente trazer a tona tudo o que há de melhor em você.
eu penso na pessoa imatura, mentirosa, pequena e meio podre que eu era aos 15 anos. aí penso na pessoa que eu era aos 18. talvez, TALVEZ, fosse um caminho normal, algo que aconteceria de qualquer forma. mas eu sei que não. eu sei que não.
as vezes eu acordo e tudo o que eu queria era tomar um banho e ir até a casa da marta, fazer brigadeiros ou ficar na internet rindo alopradamente. quem sabe jogar um the sims e mais tarde pedir uma carona ao deco até o making off, e dançar até a hora que a banda parar.
talvez fosse um dia de semana e eu estivesse na escola. com sorte, poderia ser um dia de educação fisica, então eu e o jeferson nos refugiaríamos no canto mais obscuro do minas, para falar dos nossos sentimentos mais obscuros ou das experiências mais obscuras. a gente poderia chorar. ou rir até se acabar.
se fosse um final de semana, eu gostaria de andar de madrugada até minha casa com a duda e a bia ao meu lado, falando da noite ou de coisas mais sérias, e então quando chegassemos em casa, minha mãe teria feito um bolo, um café ou teria pão com mortadela. a gente comeria e iria se deitar, para conversar mais um pouco antes de dormir. e ai no dia seguinte quando eu acordasse, a eduarda já estaria acordada há horas na cozinha com a minha mãe, e talvez ela poderia me receber me contando uma coisa estranha que eu tivesse dito enquanto dormia.
se a duh tivesse ficado em itaberá, então muito provavelmente eu iria com a mô pegar uma moto para casa. antes de ir atéo disk moto, a gente levaria a marta em casa, e na volta ela seguraria meu braço daquele jeito que só ela segura e a gente sentaria num cantinho pra conversar. externar nossas preocupações e orgulhos das nossas marias, e perder a noção do tempo, como aconteceu tantas e tantas e tantas vezes.
muitas vezes também, eu estava andando sozinha pelo centro e encontrava a adriele de mochila nas costas e oculos de sol. na mochila, umas 2342165 mil contas da tia dircéia, que proporcionariam uma verdadeira procissão pelas mais variadas lojas da cidade. no fim, juntaríamos moedas e repartiriamos um cachorro quente no juninho.
tenho a sensação que adoraria ter cada uma delas só pra mim, por meia hora cada, que fosse.
Assinar:
Comentários (Atom)