as vezes eu estou a toa na internet e me deparo com palavras ditas por outras pessoas que do nada trazem toda uma tristeza e uma euforia.
agora pouco eu li: 'sexta vamos no primo's, né?'

meu avô tem o costume de me dizer com relativa frequencia: 'esquece aquela cidade. isso só faz você sofrer. aquilo não é mais a sua vida. viva para o presente. largue mão do passado, sua boba'.

talvez ele nunca tenha passado por uma experiência assim, eu acho. quando você encontra um lugar, alguém, um som, um cheiro, um gosto que pode realmente trazer a tona tudo o que há de melhor em você.
eu penso na pessoa imatura, mentirosa, pequena e meio podre que eu era aos 15 anos. aí penso na pessoa que eu era aos 18. talvez, TALVEZ, fosse um caminho normal, algo que aconteceria de qualquer forma. mas eu sei que não. eu sei que não.


as vezes eu acordo e tudo o que eu queria era tomar um banho e ir até a casa da marta, fazer brigadeiros ou ficar na internet rindo alopradamente. quem sabe jogar um the sims e mais tarde pedir uma carona ao deco até o making off, e dançar até a hora que a banda parar.
talvez fosse um dia de semana e eu estivesse na escola. com sorte, poderia ser um dia de educação fisica, então eu e o jeferson nos refugiaríamos no canto mais obscuro do minas, para falar dos nossos sentimentos mais obscuros ou das experiências mais obscuras. a gente poderia chorar. ou rir até se acabar.
se fosse um final de semana, eu gostaria de andar de madrugada até minha casa com a duda e a bia ao meu lado, falando da noite ou de coisas mais sérias, e então quando chegassemos em casa, minha mãe teria feito um bolo, um café ou teria pão com mortadela. a gente comeria e iria se deitar, para conversar mais um pouco antes de dormir. e ai no dia seguinte quando eu acordasse, a eduarda já estaria acordada há horas na cozinha com a minha mãe, e talvez ela poderia me receber me contando uma coisa estranha que eu tivesse dito enquanto dormia.
se a duh tivesse ficado em itaberá, então muito provavelmente eu iria com a mô pegar uma moto para casa. antes de ir atéo disk moto, a gente levaria a marta em casa, e na volta ela seguraria meu braço daquele jeito que só ela segura e a gente sentaria num cantinho pra conversar. externar nossas preocupações e orgulhos das nossas marias, e perder a noção do tempo, como aconteceu tantas e tantas e tantas vezes.
muitas vezes também, eu estava andando sozinha pelo centro e encontrava a adriele de mochila nas costas e oculos de sol. na mochila, umas 2342165 mil contas da tia dircéia, que proporcionariam uma verdadeira procissão pelas mais variadas lojas da cidade. no fim, juntaríamos moedas e repartiriamos um cachorro quente no juninho.

tenho a sensação que adoraria ter cada uma delas só pra mim, por meia hora cada, que fosse.

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