bom, como todos sabem - já que o kurt cobain ensinou - 'só porque você é paranóico, não significa que eles não estão atrás de você.' partindo dessa premissa, aqui está um fato: estou começando a ficar chateada com a zoação constante que as pessoas fazem sobre meu vocabulário. eu percebo as pessoas fazendo comentáriozinhos e dando risadinhas quando eu falo alto na sala e isso é irritante. eu não estou sendo prepotente quando falo palavras que os outros não tem costume de usar. estou sendo eu mesma. é o único jeito que eu sei falar. mas, eu tenho uma amiga que é muito sábia - talvez a pessoa mais sábia que eu conheço - e a seguinte situação aconteceu: eu estava preocupada porque tinha comprado um vestido muito glamour prateado e cheio de babados e super brilhante e tal pra passar esse ultimo reveillon que teve aí, e averiguando as roupas das outras, descobri que todo mundo ia bem mais a vontade, de short e bata, por exemplo. quando eu disse que achava que ia com outra roupa, ela me disse algo desse tipo: "nadz, você comprou esse vestido especialmente pro reveillon. você tem que usar. nunca tenha vergonha de estar mais bem-vestida do que os outros. se é pra ter vergonha, tenha vergonha de andar mal-vestida!"
e é nisso que eu penso. melhor falar 'uma vez que', 'ao passo que', e coisas do tipo, do que falar 'tipo assim'.
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estou numa ansiedade muito louca no momento. amanhã sai a oitava chamada da unicamp. a situação é a seguinte: minha primeira opção é pedagogia noturno. fiquei em 115ª nessa. a sétima chamada chamou até o 108ª. minha segunda opção é pedagogia integral. fiquei em 121ª. a sétima chamada chamou até o 120ª.
não consigo não me alegrar com isso, mesmo que minha chances reais sejam mínimas. afinal, pode faltar 7 posições pra mim na primeira opção, e até mesmo UMA SÓ na segunda opção, mas isso não quer dizer nada. não tem como eu saber se vão chamar mais pessoas, só porque vai ter mais chamadas. tenho na minha mente que amanhã vai ser o final de tudo, tudo mesmo. se não chamar ninguém, provavelmente não chama mais ninguém até o final(não é como se mesmo assim eu não vá ficar olhando como uma retardada); se chamar, eu estou dentro. vou pra unicamp.
eu quero ir pra unicamp não por achar que ela é superior à unisal, porque eu não tenho como saber isso. quando se trata de faculdade, não é apenas nome que conta, mas sim a qualidade. tenho professores excelentes na unisal, excelentes mesmo. se eu for chamada, vou sentir falta deles. também não é porque eu acho que os alunos de lá sejam melhores do que aqui, nem porque eu acho que vou me encaixar melhor lá.
as razões são bem simples: 1. eu pago mais de 400$ de mensalidade na unisal, a unicamp é de graça 2. desde que eu tenho 18 anos esse vem sendo meu sonho, e eu estou cansada de ler sempre NÃO CONVOCADA. esse é a terceira vez que eu tento. se for contar com todas as chamadas pelas quais já passei, vem aí mais sete NÃO CONVOCADA. queria saber que eu sou capaz, só isso. 3. meu namorado e todos os amigos que eu tenho que não moram há 300km de distancia moram em campinas. está ficando cada vez mais chato não poder, no meio da semana, ligar pra alguém e dizer: 'vamos sair? preciso conversar...' e eu poderia fazer isso se fosse pra lá. principalmente, me irrita demais não poder ver meu namorado quando quero.
e é por isso que eu quero MUITO ir pra lá.
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eram três coisas, mas esqueci a terceira.
fucking tired of feeling empty, weird and angry.
me sinto cansada e vazia. a vontade de levantar e fazer alguma coisa paira sobre mim, sem realmente chegar perto. tudo paira sobre mim, anda em voltas sobre mim, mas nada chega realmente perto. olho para as coisas como um triste espectador, sem grande interesse no que vai ou não acontecer. eu mesmo pairo sobre mim sem chegar realmente perto.
não entendo como meu corpo pode ser incapaz de responder à certos impulsos, uma vez que minha mente borbulha cheia de de idéias.
me sinto como um tetraplégico, que olha suas pernas e pensa em mexê-las com toda a força de vontade que possui e mesmo assim as vê imóveis, sem nem ao menos esperar que elas se mexam.
ele se lembra de como é senti-las... mas cada vez menos. as vezes sente cócegas no calcanhar, mesmo sabendo que, embora o encare, virtualmente ele nem ao menos existe. como se fossem as pernas de outra pessoa, que logicamente não responderiam às vontades de sua mente.
continuo esperando em vão o dia em que o complexo, gracioso e apaixonado tango que imagino não viverá apenas na minha imaginação.
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não enxergo o óbvio, porque vejo atravez dele. todos se parecem levemente com personagens de uma história que não foi escrita, mas é constantemente imaginada por mim. aquela de riso fácil e cabelos loiros seria uma vilã luxuriosa. a menina de óculos e pernas de fora poderia se encaixar no papel da assistente burra, que no meio da peça passa a fazer parte da trupe heróica e bondosa. aquela menina pequena, sem aparente noção da realidade ou qualquer maldade, deveria ser a heroína, se eu dirigisse essa história. mas não dirijo. como posso esperar dirigir pessoas que nem ao menos conheço se não consigo representar papel algum na minha própria vida? passo tanto tempo pensando em coisas que não existem e querendo que as pessoas sejam aquilo que eu espero que elas sejam - o que realmente tornaria tudo mais fácil! - que a realidade se esvai das minhas mãos. quando vejo, o tempo já passou. e com esse tempo, todos se revelam aos meus olhos como aquilo que já são há muito tempo, mas que eu, ocupada em fantasiar a vida, não pude ver. não se pode culpar a árvore que cai pela falta de barulho SE não há ninguém na floresta pra escutar.
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o grito de ódio morre dentro de mim sem ter ao menos a chance de nascer. meu coração bate rápido, muito, muito rápido, o que me leva a uma tontura chata e insistente. há tempos descobri que mesmo se eu não dizer o que penso, continuo a pensar. o efeito de querer gritar é talvez pior do que o efeito que realmente gritar causaria em mim. mas não atinge aos outros, que continuam a me ver como a menina estranha e quieta, sobre a qual se pode pisar, pois ela não reage. talvez eu tenha desenvolvido um mórbido prazer em ser pisada. pelos outros... e por mim mesma. continuo tendo um medo imenso do dia em que cansarei, levantarei e gritarei. alto, mais alto do que o barulho normal e mundano. um grito de desespero ou de ódio, ainda não sei qual. um grito que ensurdecerá as pessoas e estourará minhas cordas vocais. quais seriam as consequencias?
não entendo como meu corpo pode ser incapaz de responder à certos impulsos, uma vez que minha mente borbulha cheia de de idéias.
me sinto como um tetraplégico, que olha suas pernas e pensa em mexê-las com toda a força de vontade que possui e mesmo assim as vê imóveis, sem nem ao menos esperar que elas se mexam.
ele se lembra de como é senti-las... mas cada vez menos. as vezes sente cócegas no calcanhar, mesmo sabendo que, embora o encare, virtualmente ele nem ao menos existe. como se fossem as pernas de outra pessoa, que logicamente não responderiam às vontades de sua mente.
continuo esperando em vão o dia em que o complexo, gracioso e apaixonado tango que imagino não viverá apenas na minha imaginação.
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não enxergo o óbvio, porque vejo atravez dele. todos se parecem levemente com personagens de uma história que não foi escrita, mas é constantemente imaginada por mim. aquela de riso fácil e cabelos loiros seria uma vilã luxuriosa. a menina de óculos e pernas de fora poderia se encaixar no papel da assistente burra, que no meio da peça passa a fazer parte da trupe heróica e bondosa. aquela menina pequena, sem aparente noção da realidade ou qualquer maldade, deveria ser a heroína, se eu dirigisse essa história. mas não dirijo. como posso esperar dirigir pessoas que nem ao menos conheço se não consigo representar papel algum na minha própria vida? passo tanto tempo pensando em coisas que não existem e querendo que as pessoas sejam aquilo que eu espero que elas sejam - o que realmente tornaria tudo mais fácil! - que a realidade se esvai das minhas mãos. quando vejo, o tempo já passou. e com esse tempo, todos se revelam aos meus olhos como aquilo que já são há muito tempo, mas que eu, ocupada em fantasiar a vida, não pude ver. não se pode culpar a árvore que cai pela falta de barulho SE não há ninguém na floresta pra escutar.
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o grito de ódio morre dentro de mim sem ter ao menos a chance de nascer. meu coração bate rápido, muito, muito rápido, o que me leva a uma tontura chata e insistente. há tempos descobri que mesmo se eu não dizer o que penso, continuo a pensar. o efeito de querer gritar é talvez pior do que o efeito que realmente gritar causaria em mim. mas não atinge aos outros, que continuam a me ver como a menina estranha e quieta, sobre a qual se pode pisar, pois ela não reage. talvez eu tenha desenvolvido um mórbido prazer em ser pisada. pelos outros... e por mim mesma. continuo tendo um medo imenso do dia em que cansarei, levantarei e gritarei. alto, mais alto do que o barulho normal e mundano. um grito de desespero ou de ódio, ainda não sei qual. um grito que ensurdecerá as pessoas e estourará minhas cordas vocais. quais seriam as consequencias?
O Transtorno de Personalidade Limítrofe (TPL), também muito conhecido como Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), Transtorno Estado-Limite da Personalidade é definido como um grave transtorno de personalidade caracterizado por desregulação emocional, raciocínio extremista (cisão) e relações caóticas. Pessoas com personalidade limítrofe podem possuir uma série de sintomas psiquiátricos diversos como humor instável e reativo, problemas com a identidade, assim como sensações de irrealidade e despersonalização. Com tendência a um comportamento briguento, também é acompanhado por impulsividade sobretudo autodestrutiva, manipulação e chantagem, conduta suicida, bem como sentimentos crônicos de vazio e tédio. Esses indivíduos são aparentemente vistos como “rebeldes”, “problemáticos” ou geniosos e temperamentais, no entanto, na realidade possuem um grave distúrbio. É frequentemente confundido com depressão,transtorno afetivo bipolar ou portador de psicopatia, sendo considerado um dos mais complicados transtornos de personalidade, com grande dificuldade de tratamento.
O TPB é um grave distúrbio que afeta seriamente toda a vida da pessoa acometida causando prejuízos significativos tanto ao próprio indivíduo como às outras pessoas. Frequentemente eles precisam estar medicados com algum tipo de medicamento psicotrópico como antidepressivos para evitar um descontrole emocional intenso.
Os sintomas aparecem durante a adolescência e se concretizam nos primeiros anos da fase adulta (em torno dos 20 anos) e persistem geralmente por toda a vida. Essa fase pode ser desafiadora para o paciente, seus familiares e seus terapeutas, mas na maioria das vezes a severidade do transtorno diminui com o tempo. Como os sintomas tornam-se perceptíveis principalmente na adolescência, a família desses indivíduos podem supor que a rebeldia, impulsividade, descontrole emocional e instabilidade da auto percepção e valores são coisas típicas da idade, mas geralmente não fazem ideia que estão diante de um ente com um grave distúrbio que sofre muito por ser assim.
As perturbações sofridas pelos portadores do TPL alcançam negativamente várias facetas psicossociais da vida, como as relações em ambientes escolares, no trabalho, na família. Envolvimento com drogas, tentativas de suicídio e suicídio consumado são possíveis resultados sem os devidos cuidados e terapia. A psicoterapia é indispensável e emergencial.
A maioria dos estudos indica uma infância traumática (diversas formas de abusos; separação dos pais, ou a soma de ambos e outros fatores) como precursora do TPL, ainda que alguns pesquisadores apontem uma predisposição genética, além de disfunções no metabolismo cerebral.
Estima-se que 2% da população sofram deste transtorno, com mulheres sendo mais diagnosticadas do que homens.
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- Sintomas afectivos
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- 1. Instabilidade afetiva acentuada devida reatividade intensa do humor (por exemplo: episódios de disforia, irritabilidade, ou ansiedade geralmente durante algumas horas e raramente, no máximo, alguns dias).
- 2. Ira, ódio ou raiva inapropriados, intensos e de difícil controle (por exemplo: apresenta frequentes demonstrações de irritação, raiva constante, sentimento de vinganças, lutas corporais recorrentes.)
- 3. Sentimentos crônicos de vazio e tédio.
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- Sintomas impulsivos
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- 4. Conduta recorrente de tentativas ou ameaças de suicídio e comportamentos de automutilação.
- 5. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado por extremos de idealização e desvalorização, ou amor e ódio, bom ou mau etc.
- 6. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (por exemplo, exageros em: gastos financeiros, sexo, drogas, álcool, direção imprudente, comer, cleptomania ou outros tipos de compulsões.) Nota: não incluir comportamento suicida ou auto-mutilante estabelecido no critério 4.
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- Sintomas interpessoais
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- 7. Esforços frenéticos para evitar um abandono/rejeição real ou imaginado. Nota: não incluir comportamento suicida ou auto-mutilante estabelecido no critério 4.
- 8. Instabilidade na identidade: auto-imagem, preferência sexual, gostos e valores persistentemente instáveis.
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- Sintomas cognitivos
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- 9. Ideação paranoide transitória relacionada ao estresse, ou severos sintomas dissociação.
imaginação
"all children are artists. the problem is how to remain an artist once he grows up" disse pablo picasso.
ele também disse que para pintar como os renascentistas ele levou anos, mas para pintar como crianças levou a vida toda!
tenho me confrontado muito com as diferenças entre adultos e crianças, já que estudo pedagogia.
e a maior até agora é essa: a imaginação e a espontaneidade que se esvai, pra que a razão, a hipocrisia e o politicamente correto tome lugar.
essa semana na aula de produção de texto e literatura estive estudando os contos de fada e o poder que eles tem na educação e formação de mentes. então a professora sugeriu: vamos todos sentar em grupos e tentar escrever nosso próprio conto de fadas.(essa parte é meio nebulosa na minha mente, não tenho certeza se ela disse 'história infantil' ou 'conto de fadas', mas enfim).
primeiro tínhamos que definir onde a história se passaria. num castelo, numa floresta, numa escola, e casa, num país encantado, onde? depois vinha a moral da história. a história vai ensinar a criança a ter coragem? o valor da amizade? da perseverança? de ir a escola? hein? hein??
eis que eu estava em um grupo de meninas que eu não conhecia e a primeira sugestão foi: vai ser em uma floresta! eu tinha tido outras idéias, mas essa me parecia aceitável. aí veio a pedrada: 'COOOM CERTEZA vamos falar de preservação do meio ambiente, néeeam??'
e eu pensava: 'mas que bosta! é uma história pra criança!! isso é importante, mas pra quê enfiar essa merda de sustentabilidade em tudo?? não é hora, porra.' aí eu disse: 'mas vai ser uma história fantástica, né? com poderes, bichos falantes, coisas que voam e afins?' e elas: 'claro que não! esse é um assunto muito sério pra tratar desse jeito! e eu pensava: 'MAS QUE BOSTA AO QUADRADO! claro que tem que ser educacional, mas porque não pode ser divertida, lúdica e o caralho a quatro???'
eu fiquei na minha, porque sou mega frouxa e assim foi indo.
'o menino da cidade grande birrento e mal-educado vai passar as férias no sítio da vó, e lá um menino da roça ensina à ele o valor da natureza'. e eu: 'ele podia na verdade ter ido acampar e aí ele se perde e aí os índios salvam ele e ele começa amar a natureza, e aí tem um macaco falante e aí...' e meus olhos brilhavam. aí elas: 'poxa, mas isso não faz sentido, quais as chances de isso acontecer?? tem que ser mais realista, afinal esse assunto blábláblá yadayadayada'
e eu pensava: 'VOCÊS SÃO O AL GORE, POR ACASOOO??? ESSAS CRIANÇAS TEM 4, 5, 6 ANOS!!! TEM QUE TER UM BICHO QUE FALA!! É UM CONTO DE FADAS, CARALHO!!! CADÊ AS FADAS???????????' e sorria e acenava.
nossa, como isso me chateou!
eu sou da opinião que essa molecada te a vida inteira pra sofrer, se desiludir, se foder e afins, nós vamos ser responsáveis por eles do 0 aos 10 anos, que é a única época inteiramente boa que existe. sou totalmente a favor de ensinar coisas sérias desse tipo, eles tem que se acostumar a valorizar e amar a natureza desde piquerruchos, mas é rídiculo fazer as coisas desse jeito. dê bichos falantes pra eles! eles tem a vida toda pra descobrir que, por mais que procurem, o papagaio é o que chega mais perto de bicho falante e o omnitrix do ben 10 não existe e todas essas merdas.
eu realmente acho que imaginação não faz mal a ninguém, muuuuuito pelo contrário. se a gente tivesse mais disso, seriamos mais felizes.
aliás, para todos aqueles que julgam a pedagogia como um curso fácil e besta: realmente, entrar no curso de pedagogia é mais fácil. realmente, terminar o curso de pedagogia é relativamente fácil. mas ser um bom educador??? OH, MEU DEUS, não, não é fácil. se você fosse capaz disso, não deixava seus filhos na escola por 12 anos. e não, não é besta. se você entrou em uma faculdade e lê textos infinitos de grandes pensadores, reflita: o que você conseguiria se alguém nunca tivesse te ensinado a ler e a escrever? onde você teria chegado?
e para aqueles que acham que eu vou ser babá ou que vou brincar com as crianças eu digo: serei uma educadora. e essa é a profissão mais nobre que existe. seu médico passou pela educação infantil e fundamental. seu policial também. todos os seus professores. seu governador, seu advogado, todos eles. e não se esqueça: você também. e eu posso apostar que fez uma bruta diferença na sua vida se seu professor era um bom educador. seja humilde e largue de arrogância, porque a pedagogia é tão ou mais essencial do que qualquer outro curso. beijos.
ele também disse que para pintar como os renascentistas ele levou anos, mas para pintar como crianças levou a vida toda!
tenho me confrontado muito com as diferenças entre adultos e crianças, já que estudo pedagogia.
e a maior até agora é essa: a imaginação e a espontaneidade que se esvai, pra que a razão, a hipocrisia e o politicamente correto tome lugar.
essa semana na aula de produção de texto e literatura estive estudando os contos de fada e o poder que eles tem na educação e formação de mentes. então a professora sugeriu: vamos todos sentar em grupos e tentar escrever nosso próprio conto de fadas.(essa parte é meio nebulosa na minha mente, não tenho certeza se ela disse 'história infantil' ou 'conto de fadas', mas enfim).
primeiro tínhamos que definir onde a história se passaria. num castelo, numa floresta, numa escola, e casa, num país encantado, onde? depois vinha a moral da história. a história vai ensinar a criança a ter coragem? o valor da amizade? da perseverança? de ir a escola? hein? hein??
eis que eu estava em um grupo de meninas que eu não conhecia e a primeira sugestão foi: vai ser em uma floresta! eu tinha tido outras idéias, mas essa me parecia aceitável. aí veio a pedrada: 'COOOM CERTEZA vamos falar de preservação do meio ambiente, néeeam??'
e eu pensava: 'mas que bosta! é uma história pra criança!! isso é importante, mas pra quê enfiar essa merda de sustentabilidade em tudo?? não é hora, porra.' aí eu disse: 'mas vai ser uma história fantástica, né? com poderes, bichos falantes, coisas que voam e afins?' e elas: 'claro que não! esse é um assunto muito sério pra tratar desse jeito! e eu pensava: 'MAS QUE BOSTA AO QUADRADO! claro que tem que ser educacional, mas porque não pode ser divertida, lúdica e o caralho a quatro???'
eu fiquei na minha, porque sou mega frouxa e assim foi indo.
'o menino da cidade grande birrento e mal-educado vai passar as férias no sítio da vó, e lá um menino da roça ensina à ele o valor da natureza'. e eu: 'ele podia na verdade ter ido acampar e aí ele se perde e aí os índios salvam ele e ele começa amar a natureza, e aí tem um macaco falante e aí...' e meus olhos brilhavam. aí elas: 'poxa, mas isso não faz sentido, quais as chances de isso acontecer?? tem que ser mais realista, afinal esse assunto blábláblá yadayadayada'
e eu pensava: 'VOCÊS SÃO O AL GORE, POR ACASOOO??? ESSAS CRIANÇAS TEM 4, 5, 6 ANOS!!! TEM QUE TER UM BICHO QUE FALA!! É UM CONTO DE FADAS, CARALHO!!! CADÊ AS FADAS???????????' e sorria e acenava.
nossa, como isso me chateou!
eu sou da opinião que essa molecada te a vida inteira pra sofrer, se desiludir, se foder e afins, nós vamos ser responsáveis por eles do 0 aos 10 anos, que é a única época inteiramente boa que existe. sou totalmente a favor de ensinar coisas sérias desse tipo, eles tem que se acostumar a valorizar e amar a natureza desde piquerruchos, mas é rídiculo fazer as coisas desse jeito. dê bichos falantes pra eles! eles tem a vida toda pra descobrir que, por mais que procurem, o papagaio é o que chega mais perto de bicho falante e o omnitrix do ben 10 não existe e todas essas merdas.
eu realmente acho que imaginação não faz mal a ninguém, muuuuuito pelo contrário. se a gente tivesse mais disso, seriamos mais felizes.
aliás, para todos aqueles que julgam a pedagogia como um curso fácil e besta: realmente, entrar no curso de pedagogia é mais fácil. realmente, terminar o curso de pedagogia é relativamente fácil. mas ser um bom educador??? OH, MEU DEUS, não, não é fácil. se você fosse capaz disso, não deixava seus filhos na escola por 12 anos. e não, não é besta. se você entrou em uma faculdade e lê textos infinitos de grandes pensadores, reflita: o que você conseguiria se alguém nunca tivesse te ensinado a ler e a escrever? onde você teria chegado?
e para aqueles que acham que eu vou ser babá ou que vou brincar com as crianças eu digo: serei uma educadora. e essa é a profissão mais nobre que existe. seu médico passou pela educação infantil e fundamental. seu policial também. todos os seus professores. seu governador, seu advogado, todos eles. e não se esqueça: você também. e eu posso apostar que fez uma bruta diferença na sua vida se seu professor era um bom educador. seja humilde e largue de arrogância, porque a pedagogia é tão ou mais essencial do que qualquer outro curso. beijos.
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