hoje é um daqueles dias que eu não estou a fim de escrever sobre nada em particular. digo 'um daqueles' porque eles acontecem com frequencia, mas nem sempre viram posts.
ultimamente tenho tido uma bruta dificuldade de postar porque ficar na internet de madrugada virou uma coisa possível, graças ao recém adquirido roteador; e sendo assim, estar na internet de dia perde o sentido e digitar fica complicado. eu digito muito rápido e muito barulhentamente. e meu pai, que além de roncar não consegue dormir de porta fechada, acorda com o barulho e me ameaça de diversas formas.
estive refletindo sobre um fenômeno que acometeu a minha vida - justamente aquele que me fez criar esse blog: eu não escrevo mais.
ano passado não mantive agenda ou diário, larguei o fotolog, parei de escrever cartas. o resultado disso é que se alguém que se interessa muito pela minha vida ler relatos que eu guardo sobre minha vida não-tão-recente-assim, não me reconheceria de maneira alguma. a diferença entre a nádia de 2008 e a nádia de 2001 é bruta. pode ser que seja algo natural, que ocorre em alguém dos 18 aos 21, mas eu estou falando de algo muito... profundo. e é triste saber que eu não mantive nenhum tipo de registro sobre a metamorfose. ainda que não seja nada tão kafkaniano assim, não deixa de ser mudança, e alguém que não vai lá com as caras dessas abomináveis alterações de estado, modelo ou situação só pode dizer: pimenta nos olhos dos outros é refresco.
o fato é: nunca fui pessoa das mais populares, mas se é que alguém mantem guardado algum esboço ou traço da minha personalidade na memória, 7 entre 10 pessoas dirá: 'ela é extrovertida, expansiva, engraçadona, agregadora de pessoas!'
não sou mais. nada disso.
bia me diz que eu sou sim, eu estou só insegura de me mostrar tão descaradamente para os outros. mas o fato é que ser rotulada como tudo isso - e mais uma porção de coisas que eu não vou dizer para não parecer arrogância - priiincipalmente pela minha família, destruiu com a minha segurança. parece que eu nunca, jamais, em tempo algum vou conseguir corresponder a nada disso; e me ver falhando tanto e decepcionando tanto me colocou dentro de uma bolha.
não gosto disso. e estou triste.
escrever acaba virando objeto de fluidez. você sabe fazer, e vai fluir, quando tiver que ser. te amo, maria. que saudade.. po!
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