para essa galera maneira da minha geração, tipo infância-anos-90-assistindo-doug-funnie, tinha algo que você TINHA que participar para ser legal quando chegava a quinta série. os cadernos de resposta.
alguém pegava um caderno velho e escrevia uma pergunta em cada página, bem no alto. depois, respondia todas as perguntas e dava o caderno para um amiguinho responder. até preencher.
eu não tenho nem idéia de quaaaaantos cadernos de resposta eu já respondi na vida, naquela época em que não havia orkut e era impossível exercer o narcisismo no nível adequado.
mas houve um caderno que, eu não tenho a menor idéia do porque, não foi passado pra frente. há uns 6 anos eu o achei, e só havia as minhas respostas, provavelmente no mesmo dia em que eu escrevi as perguntas, em 2001. aí, em 2004 eu respondi de novo. e assim foi, em 2005, em 2006, duas vezes em 2007, QUATRO vezes em 2008, duas vezes em 2009 e uma vez em 2010.
há 13 respostas lá, todas minhas.
ontem eu estava dando uma olhada nele.
vi as respostas da pergunta: 'onde você mora?' mudarem drasticamente duas vezes. as primeiras respostas da pergunta 'o que você gosta de fazer?' conterem coisas que eu não suporto fazer, e as últimas conterem coisas que há dois anos atrás eu nem sonharia em responder, como 'ficar sozinha'. percebi também uma grande constância em três coisas: beber, dormir e ler. essas aparecem todo ano desde que eu tinha 15.
notei meu gosto musical, literário e cinematográfico ir se refinando com o passar dos anos.
aos 12 respondi: 'cine majestic, uma mente brilhante, harry potter e a câmara secreta.', 'charlie bronw junior e avril lavigne' e 'o gênio do crime, a marca de uma lágrima e harry potter e o prisioneiro de azkaban'.
eu gosto muito de poder ter uma coisa tão palpável e direta a respeito de tudo que se passou pela minha cabeça .
mas depois de um semestre e meio e muitos trabalhos de historiografia, eu aprendi a ler documentos como esse de uma maneira bem mais... perturbadora. eu reparei em algumas coisas que não tinha reparado antes.
por exemplo: dos 12 aos 18 anos, minhas respostas mudam draaaasticamente todos os anos, principalmente no que concerne à gostos e preferências. mas dos 18 aos 20, não há praticamente mudança nenhum. nem na minha caligrafia.os filmes que eu amava aos 18 continuam sendo os mesmos, exceto por um ou outro filme que eu não havia visto antes. o mesmo se dá com os livros, as bandas, as séries de tevê. e as pessoas citadas também. as marias, a gisele, a bia, o allan. estão todos lá,
agora eu ouço jamie cullum. agora eu amo o guy ritchie. agora eu assisto how i met your mother.
mas fora isso...
será que essa é uma tendência de todo mundo?? evoluir loucamente por alguns anos e depois estagnar? será que desde os 18 anos eu sou exatamente a mesma pessoa, e serei essa mesma por toda minha vida adulta??
toda essa falta gritante de progresso me assustou.
por um lado, eu posso tentar ver mais filme, conhecer mais bandas, ler mais livros, conhecer mais gente e afins.
por outro lado, eu tenho MUITA certeza do tipo de filme que eu vou gostar e não vejo porque ver filmes de terror só pra dizer que tenho um gosto A MAIS na minha lista. e assim vai.
a verdade é que nos últimos dois anos houve tanta mudança na minha vida que eu me sinto muito segura mantendo os mesmos gostos e tudo o mais. além do mais, houve umas coisas ruins e tal, e minha vontade de conhecer coisas novas, me jogar na vida, uhuuuul, não foi das melhores.
será que essa desaceleração da minha 'evolução' se deve a um grande auto-conhecimento ou a simples preguiça e comodismo?
não perca os próximos capítulos.
tem várias coisas a respeito da vida e das pessoas que me deixam louca. mas a principal delas, com certeza, é o fato de todo mundo ser tão hipócrita. o tempo inteiro.
não sou uma menina de 12 anos que faz uma lista de coisas que odeia e coloca FALSIDADE, MENTIRA E HIPOCRISIA, como se alguém gostasse dessas coisas. odiar a hipocrisia é um belo clichê e uma generalização.
mas eu penso que se uma coisa é clichê ou frequentemente generalizada, há uma droga de uma razão.
e aí está. hipocrisia. que coisa idiota.
ao escrever esse texto estou, por definição, sendo hipócrita. eu sou hipócrita. eu detesto pessoas que julgam os outros e estou aqui julgando todo mundo.
chamar alguém de hipócrita é confronta-lo com uma verdade inconveniente e obviamente ninguém gosta.
mas a questão é: eu já vi muitas vezes na minha vida a seguinte frase: SOME PEOPLE ARE GAY. GET OVER IT. okay. eu vejo o ponto. mas aí logo em seguida eu vejo as mesmas pessoas publicando fotos em que zoam os hipsters, em que zoam a galera que curte crepusculo, em que ABOMINAM quem não gosta de harry potter ou quem realmente acha que gays não deveriam se casar e sei lá mais o que.
não seria de se pensar que essas pessoas, para serem um pouco mais consistentes nas suas opiniões postem fotos por ai dizendo: SOME PEOPLE ARE HIPSTER. SOME PEOPLE LIKE TWILIGHT. SOME PEOPLE DON'T LIKE HARRY POTTER. SOME PEOPLE ARE HOMOPHOBIC.
GET THE FUCK OVER IT!
mas não. eu ainda não sei bem porque, mas está incluso na condição humana o fato de que é realmente dificil aceitar que as pessoas são como são EEEEEEEE querer loucamente que todo mundo aceite que você É como você é. todos querem desesperadamente ser únicos e diferente e especiais, mas não entendem que para isso, as pessoas tem que pensar diferente de você.
é isso que eu odeio na hipocrisia. não o ato de ser hipócrita ou pessoas hipócritas. mas o fato de todos nos o sermos e sem a menor previsão de achar um jeito de se libertar disso.
não sou uma menina de 12 anos que faz uma lista de coisas que odeia e coloca FALSIDADE, MENTIRA E HIPOCRISIA, como se alguém gostasse dessas coisas. odiar a hipocrisia é um belo clichê e uma generalização.
mas eu penso que se uma coisa é clichê ou frequentemente generalizada, há uma droga de uma razão.
e aí está. hipocrisia. que coisa idiota.
ao escrever esse texto estou, por definição, sendo hipócrita. eu sou hipócrita. eu detesto pessoas que julgam os outros e estou aqui julgando todo mundo.
chamar alguém de hipócrita é confronta-lo com uma verdade inconveniente e obviamente ninguém gosta.
mas a questão é: eu já vi muitas vezes na minha vida a seguinte frase: SOME PEOPLE ARE GAY. GET OVER IT. okay. eu vejo o ponto. mas aí logo em seguida eu vejo as mesmas pessoas publicando fotos em que zoam os hipsters, em que zoam a galera que curte crepusculo, em que ABOMINAM quem não gosta de harry potter ou quem realmente acha que gays não deveriam se casar e sei lá mais o que.
não seria de se pensar que essas pessoas, para serem um pouco mais consistentes nas suas opiniões postem fotos por ai dizendo: SOME PEOPLE ARE HIPSTER. SOME PEOPLE LIKE TWILIGHT. SOME PEOPLE DON'T LIKE HARRY POTTER. SOME PEOPLE ARE HOMOPHOBIC.
GET THE FUCK OVER IT!
mas não. eu ainda não sei bem porque, mas está incluso na condição humana o fato de que é realmente dificil aceitar que as pessoas são como são EEEEEEEE querer loucamente que todo mundo aceite que você É como você é. todos querem desesperadamente ser únicos e diferente e especiais, mas não entendem que para isso, as pessoas tem que pensar diferente de você.
é isso que eu odeio na hipocrisia. não o ato de ser hipócrita ou pessoas hipócritas. mas o fato de todos nos o sermos e sem a menor previsão de achar um jeito de se libertar disso.
no primeiro post desse blog eu afirmei que fiquei muito tempo sem escrever por que a minha vida era muito deprimente e eu tinha um pouco de receio de soar dramática e desesperada por atenção (já que coisas bem desagradáveis aconteceram comigo nas vezes em que tentei desabafar).
mas hoje me deu uma grande vontade de falar um pouco sobre omaravilhoso ano de 2009.
eu percebi que o único jeito de ser feliz e não dar a mínima para o que os outros vão pensar de você e agir de acordo com seus princípios e vontades, desde que não machuque ninguém. e o fato é: tudo isso já passou,THANK GOD.
de segunda a sexta a parada era a seguinte: eu acordava as 15h, 16h horas. tomava um copo de café. entrava na internet. morria de aflição o tempo todo que eu estava lá, medo de as pessoas entrarem em contato comigo ou perguntarem como eu estava. eu não estava mais a fim de forçar sorrisos ou mentir, e dizer a verdade não era nem de longe uma opção na minha mente perturbada. por isso, parei de mandar scraps e principalmente, de entrar no msn.
as 17h30 eu ia tomar banho e o sentimento de culpa começava. me sentia culpada por estar triste, por viver aquela vida patética e deprimente, de chatear as pessoas ao meu redor e principalmente: de ter tanta coisa ocupando minha cabeça e minhas forças, que não havia espaço para ajudar os outros.
(não vou dizer que eu vivia atormentada 24/7 pensando que os outros precisavam de mim e eu não podia ajudar. o que me atormentava era algo muito mesquinho, egoísta e egocêntrico. e, claro, não era verdade.
eu achava que ninguém no mundo podia estar sofrendo tanto quanto eu, e que eu mais precisava de ajuda do que precisava ajudar. talvez essa parte até seja verdade, mas, como uma grande amiga me fez perceber, a culpa em grande parte era minha, já que eu não deixava ninguém me ajudar. e, afinal das contas, menosprezar os fardos dos outros não me levou a lugar nenhum. nenhum lugar bom, pelo menos)
enfim. aquele sentimento de angústia e aflição me perseguia até as 23h30, quando eu chegava do cursinho.
metade das vezes eu me sentia tão mal que simplesmente sentava numa praça com um livro das 18h às 23h, mas na outra metade eu era forçada a ir naquele lugar do inferno.
meu deus, como eu odiei cada segundo naquele curisnho!
uma paranóia delirante tomou conta de mim durante o ano todo(e eu devo admitir, ainda há resquícios dela em mim atualmente :P), e eu imagina que cada uma das 200 pessoas naquele auditório olhavam pra mim, diziam coisas de mim, me desprezavam. (isso não melhorou nada depois de eu ter ouvido umas meninas falarem mal de mim no banheiro)
quando eu fiiiiiiiiinalmenteee chegava em casa, eu fazia a primeira refeição do dia. comia alguma coisa e sentava na sala para assistir tv. ficava tomando danones, comendo bolachas, maçãs, baldes de pipoca e tomando café, MUITO café durante a madrugada inteira. e fumava como uma chaminé.
durante esse tempo eu desenvolvi um medo de escuro absurdo. absurdo mesmo. e medo do silêncio, também.
eu me sentia sozinha feito o diabo de noite, e só me sentia segura pra dormir depois de ouvir o despertador do meu pai às 6h. aí já estava claro e havia mil passarinhos pra não me deixar no silêncio. e aí eu dormia.
aliás, durante todo esse tempo eu dormi na sala. me sentia presa e sufocada no meu quarto, e tinha verdadeiro pavor de dormir lá.
(para vocês entenderem a gravidade da coisa, só voltei definitivamente a dormir lá em março desse ano. e faz umas 6 semanas que eu consegui dormir com a porta fechada pela primeira vez. vamos ver quando é que vou poder fechar a janela também).
durante esse tempo briguei com meu pai todos os dias, com minha mãe dia-sim-dia-não e com a bia uma vez por semana. não conversava direito com ninguém, sentia uma falta alucinante das minhas amigas e pensava o tempo todo que as coisas que eu estava passando e a pessoa que essas coisas me transformaram eram demais para elas. que uma pessoa tão problemática, toda fudida e totalmente bipolar era mais do que elas podiam aguentar. ainda acho isso, um pouquinho, apesar de t.o.d.a.s. elas terem se provado amigas de verdade e agora eu saber o quanto elas tentaram me ajudar.
mas aí chegava o final de semana.
de sexta-feira eu saia com a bia. a gente ia no texaco, na praça, no fritz, ou em qualquer lugar. eu ria, me sentia livre e feliz.
e sábado... sábado eu ira ver o allan. e nos passeios por barão geraldo, as conversas madrugada a dentro, a cerveja gelada na mesa do rédi, as tardes de sol ao lado da piscina, os discos de vinil, os sorrisos,abraços e beijinhos e os lanches da padaria alemã, eu ia achando forças pra lutar.
perdi a conta de quantas vezes completamente bêbada eu gritava na orelha dele: 'dane-se você! minhas marias não me amam mais!' e chorava-ava-ava. eu tinha medo de dormir no escuro, e ele era forçado a cantar e conversar comigo no claro até eu dormir, e aí ele fechava a janela. eu tinha surtos e jogava as coisas na cabeça dele, tinha crises de choro infinitas, as vezes passava dias sem dar uma risada ou mesmo sorrir. ficava horas e horas reclamando sobre a angustia que eu sentia e tinha momentos realmente tensos em que as crises de depressão derretiam meu cérebro e eu ficava com o olhar parado para o nada, ouvindo ele falando ao longe e só pensando em maneiras de morrer. implorando pra morrer. implorando pra que ele deixasse eu me matar. e todas as vezes, ao inves de parecer chocado ou triste ou achar frescura, ele levantava imediatamente, colocava um vinil dos beatles, me abraçava e cantava baixinho no meu ouvido.
ele salvou minha vida.
ainda bem que o tempo passa. e agora não me sinto mais ridícula de falar sobre isso, nem de pedir ajuda :)
mas hoje me deu uma grande vontade de falar um pouco sobre o
eu percebi que o único jeito de ser feliz e não dar a mínima para o que os outros vão pensar de você e agir de acordo com seus princípios e vontades, desde que não machuque ninguém. e o fato é: tudo isso já passou,
de segunda a sexta a parada era a seguinte: eu acordava as 15h, 16h horas. tomava um copo de café. entrava na internet. morria de aflição o tempo todo que eu estava lá, medo de as pessoas entrarem em contato comigo ou perguntarem como eu estava. eu não estava mais a fim de forçar sorrisos ou mentir, e dizer a verdade não era nem de longe uma opção na minha mente perturbada. por isso, parei de mandar scraps e principalmente, de entrar no msn.
as 17h30 eu ia tomar banho e o sentimento de culpa começava. me sentia culpada por estar triste, por viver aquela vida patética e deprimente, de chatear as pessoas ao meu redor e principalmente: de ter tanta coisa ocupando minha cabeça e minhas forças, que não havia espaço para ajudar os outros.
(não vou dizer que eu vivia atormentada 24/7 pensando que os outros precisavam de mim e eu não podia ajudar. o que me atormentava era algo muito mesquinho, egoísta e egocêntrico. e, claro, não era verdade.
eu achava que ninguém no mundo podia estar sofrendo tanto quanto eu, e que eu mais precisava de ajuda do que precisava ajudar. talvez essa parte até seja verdade, mas, como uma grande amiga me fez perceber, a culpa em grande parte era minha, já que eu não deixava ninguém me ajudar. e, afinal das contas, menosprezar os fardos dos outros não me levou a lugar nenhum.
enfim. aquele sentimento de angústia e aflição me perseguia até as 23h30, quando eu chegava do cursinho.
metade das vezes eu me sentia tão mal que simplesmente sentava numa praça com um livro das 18h às 23h, mas na outra metade eu era forçada a ir naquele lugar do inferno.
meu deus, como eu odiei cada segundo naquele curisnho!
uma paranóia delirante tomou conta de mim durante o ano todo(e eu devo admitir, ainda há resquícios dela em mim atualmente :P), e eu imagina que cada uma das 200 pessoas naquele auditório olhavam pra mim, diziam coisas de mim, me desprezavam. (isso não melhorou nada depois de eu ter ouvido umas meninas falarem mal de mim no banheiro)
quando eu fiiiiiiiiinalmenteee chegava em casa, eu fazia a primeira refeição do dia. comia alguma coisa e sentava na sala para assistir tv. ficava tomando danones, comendo bolachas, maçãs, baldes de pipoca e tomando café, MUITO café durante a madrugada inteira. e fumava como uma chaminé.
durante esse tempo eu desenvolvi um medo de escuro absurdo. absurdo mesmo. e medo do silêncio, também.
eu me sentia sozinha feito o diabo de noite, e só me sentia segura pra dormir depois de ouvir o despertador do meu pai às 6h. aí já estava claro e havia mil passarinhos pra não me deixar no silêncio. e aí eu dormia.
aliás, durante todo esse tempo eu dormi na sala. me sentia presa e sufocada no meu quarto, e tinha verdadeiro pavor de dormir lá.
(para vocês entenderem a gravidade da coisa, só voltei definitivamente a dormir lá em março desse ano. e faz umas 6 semanas que eu consegui dormir com a porta fechada pela primeira vez. vamos ver quando é que vou poder fechar a janela também).
durante esse tempo briguei com meu pai todos os dias, com minha mãe dia-sim-dia-não e com a bia uma vez por semana. não conversava direito com ninguém, sentia uma falta alucinante das minhas amigas e pensava o tempo todo que as coisas que eu estava passando e a pessoa que essas coisas me transformaram eram demais para elas. que uma pessoa tão problemática, toda fudida e totalmente bipolar era mais do que elas podiam aguentar.
mas aí chegava o final de semana.
de sexta-feira eu saia com a bia. a gente ia no texaco, na praça, no fritz, ou em qualquer lugar. eu ria, me sentia livre e feliz.
e sábado... sábado eu ira ver o allan. e nos passeios por barão geraldo, as conversas madrugada a dentro, a cerveja gelada na mesa do rédi, as tardes de sol ao lado da piscina, os discos de vinil, os sorrisos,abraços e beijinhos e os lanches da padaria alemã, eu ia achando forças pra lutar.
perdi a conta de quantas vezes completamente bêbada eu gritava na orelha dele: 'dane-se você! minhas marias não me amam mais!' e chorava-ava-ava. eu tinha medo de dormir no escuro, e ele era forçado a cantar e conversar comigo no claro até eu dormir, e aí ele fechava a janela. eu tinha surtos e jogava as coisas na cabeça dele, tinha crises de choro infinitas, as vezes passava dias sem dar uma risada ou mesmo sorrir. ficava horas e horas reclamando sobre a angustia que eu sentia e tinha momentos realmente tensos em que as crises de depressão derretiam meu cérebro e eu ficava com o olhar parado para o nada, ouvindo ele falando ao longe e só pensando em maneiras de morrer. implorando pra morrer. implorando pra que ele deixasse eu me matar. e todas as vezes, ao inves de parecer chocado ou triste ou achar frescura, ele levantava imediatamente, colocava um vinil dos beatles, me abraçava e cantava baixinho no meu ouvido.
ele salvou minha vida.
ainda bem que o tempo passa. e agora não me sinto mais ridícula de falar sobre isso, nem de pedir ajuda :)
Olha só.
Eu comprei a Mundo Estranho desse mês - sobre atividades paranormais - e junto veio o álbum de figurinhas do Harry Potter e as Relíquias Mortais Parte I.
Okay, eu comprei mais por causa do álbum, e eu ia comprar a revista só pra dá-la de presente pro meu namorado.
Eu lembrei do remoto ano de 2002, quando estreiou a Câmara Secreta e eu fui na estréia e ganhei o álbum no cinema. Ninguém tinha, era dificil de trocar as repetidas e eu deixei pra lá.
(Também porque eu não podia ir sozinha até a banca de revistas comprar as figurinhas e minha mãe não tava tão disposta a me levar lá todo dia)
Mas hoje eu tenho 20 anos! E a perspectiva de completar o álbum me deu uma alegria muito intensa.
Eu lembro na Copa do Mundo desse ano, a gente passava às 7 da manhã, as 9 da noite, as 4 da tarde na frente da banca central de Barão e sempre havia umas 20 pessoas lá, desde de crianças de 6 anos até senhores de 65 trocando figurinhas. Meu amigo Zé fica louco. Meu amigo Fernando fica descontrolado. Mas eu não ligava muito, e sempre que passava lá me sentia um pouco triste, como se uma grande diversão estivesse escapando de mim.
Por essas razões, completar o álbum está parecendo a coisa mais legal do mundo.
Mas eu já comecei bem mal.
O álbum veio com um pacote de figurinhas. Mas tinha uma figurinha só, um dos posteres ingleses da Ordem da Fênix. Colei e fiquei feliz. No dia seguinte minha irmã comprou o dela e vieram QUATRO FIGURINHAS. Ela disse que eu devia ter jogado fora as outras três com a embalagem. Eu fiquei extremamente triste, mas convencida de que tinha vindo só uma mesmo! (auto-enganação)
Alguns dias depois eu estava jogando fora o lixo e dentro da minha mochila e achei as outras três figurinhas!
Foi o ponto alto da minha semana! Eu literalmente pulava e gritava, corri para contar para a mamãe e a Bia.
A parte ruim é que esse tal ponto alto foi imediatamente seguido do ponto mais baixo da semana:
todas as três figurinhas eram repetidas.
Eu comprei a Mundo Estranho desse mês - sobre atividades paranormais - e junto veio o álbum de figurinhas do Harry Potter e as Relíquias Mortais Parte I.
Okay, eu comprei mais por causa do álbum, e eu ia comprar a revista só pra dá-la de presente pro meu namorado.
Eu lembrei do remoto ano de 2002, quando estreiou a Câmara Secreta e eu fui na estréia e ganhei o álbum no cinema. Ninguém tinha, era dificil de trocar as repetidas e eu deixei pra lá.
(Também porque eu não podia ir sozinha até a banca de revistas comprar as figurinhas e minha mãe não tava tão disposta a me levar lá todo dia)
Mas hoje eu tenho 20 anos! E a perspectiva de completar o álbum me deu uma alegria muito intensa.
Eu lembro na Copa do Mundo desse ano, a gente passava às 7 da manhã, as 9 da noite, as 4 da tarde na frente da banca central de Barão e sempre havia umas 20 pessoas lá, desde de crianças de 6 anos até senhores de 65 trocando figurinhas. Meu amigo Zé fica louco. Meu amigo Fernando fica descontrolado. Mas eu não ligava muito, e sempre que passava lá me sentia um pouco triste, como se uma grande diversão estivesse escapando de mim.
Por essas razões, completar o álbum está parecendo a coisa mais legal do mundo.
Mas eu já comecei bem mal.
O álbum veio com um pacote de figurinhas. Mas tinha uma figurinha só, um dos posteres ingleses da Ordem da Fênix. Colei e fiquei feliz. No dia seguinte minha irmã comprou o dela e vieram QUATRO FIGURINHAS. Ela disse que eu devia ter jogado fora as outras três com a embalagem. Eu fiquei extremamente triste, mas convencida de que tinha vindo só uma mesmo! (auto-enganação)
Alguns dias depois eu estava jogando fora o lixo e dentro da minha mochila e achei as outras três figurinhas!
Foi o ponto alto da minha semana! Eu literalmente pulava e gritava, corri para contar para a mamãe e a Bia.
A parte ruim é que esse tal ponto alto foi imediatamente seguido do ponto mais baixo da semana:
todas as três figurinhas eram repetidas.
20/10/2010; o dia em que o tumblr ficou roxo.
hoje o tumblr teve uma iniciativa maravilhosa. ele ficou roxo.
sete meninos americanos se mataram, desde setembro.
sete meninos maravilhosos.
tyler, raymond, seth, asher, billy e outros dois cujas histórias não foram divulgadas.
eles não tinham depressão, eles tinham amigos, eles não tinham perdido entes queridos ou passavam necessidades terríveis.
eles eram gays.
tyler tocava violino, era universitário e tinha 19 anos. um video no qual ele fazia sexo com seu namorado foi parar na internet e quando ele descobriu, se jogou de uma ponte.
raymond também era um universitário 19 anos. amava harry potter, estava ansioso para ver as relíquias mortais, gostava dos rugrats e da gwen stefani. se enforcou na porta do seu quarto
seth tinha apenas treze anos e era atormentado por meio de telefonemas, pela internet e pessoalmente, por ser um menino estiloso e de personalidade. se enforcou numa árvore do seu quintal.
asher era um menino franzino de 13 anos, e as crianças na escola o atormentavam por ser pequeno, por causa das suas roupas e suas crenças religiosas. ele se matou com um tiro na cabeça. a escola sabia o que estava acontecendo e não fez nada.
billy tinha 15 anos, e as mensagens homofobicas no seu facebook foram muito claras: 'se mate, seu viado!'. e ele fez isso.
a iniciativa de fazer do dia 20/10/2010 um Gay Pride Day em homenagem à esses meninos veio dos próprios tumblers, não da equipe do site. o tumblr hoje em dia tem quase 9.000.000 de usuários, e entre os 100 que eu particularmente sigo não há nenhum homofóbico. e a coisa vai além: todos eles são simpatizantes com a causa gay.
eu cheguei a pensar que eu os seguia por causa disso. mas depois de um tempo eu fui percebendo que na verdade, a homofobia, o racismo, a xenofobia e qualquer tipo de preconceito de um modo geral são praticas abominadas no tumblr.
eu quero realmente crer que o que esse universo tumblriano mostra é um tendência na juventude atual.
e em um caso como esse, eu já ficaria satisfeita se fosse apenas pela modinha.
cara, eu conheço conheço conheço mesmo três viados nessa minha vida.
um deles estava lindo e pimpão no quarto ano de uma faculdade federal, quando foi para Alemanha fazer intercâmbio por causa da excelente pesquisa feita por ele. está lá agoracomendo salsicha rs
além disso, ele é o menino mais educado que eu já conheci na vida. a gente fica até acanhada na presença dele, de tão doce, culto, gentil, lindo e maravilhoso que ele é.
o outro estudou comigo e sempre tirava as melhores notas da sala. está no segundo ano em uma faculdade pública. ENGENHARIA galera. pelamor. tem que ser escolhido por deus pra fazer engenharia. ainda mais em faculdade publica. além disso, ele é o melhor cozinheiro do muuuuundo(tirando o allan), dança muito bem, bebe cerveja feito macho gente grande, e é um dos melhores, mais compreensivos, bem humorados e mais presentes amigos que você pode ter na vida. e sabe o nome dos 150 pokemons
o último viadinho lindo que eu conheço tem 30 anos. terminou a graduação na usp quando tinha 22 anos, foi fazer doutorado em seguida mestrado em seguida pós e blablabla, eu não sei bem a ordem. ele tem sua própria empresa de tradução, ganha bem pra caramba, ahaza na night, tem um homem maravilhoso, já viajou ela frança, holanda, inglaterra e tal. uma pessoa bem sucedida.
se tivesse acontecido algo com esses três como o que aconteceu com aqueles sete, eu não sei o que faria.
agora diga-me: O QUE O FATO DE ALGUÉM DAR O CU IMPLICA EM ELE SER UMA PESSOA PIOR OU MELHOR?
vamos lá, pessoal. a vida é curta e linda demais pra gente se preocupar com esse tipo decoisa.
sete meninos americanos se mataram, desde setembro.
sete meninos maravilhosos.
tyler, raymond, seth, asher, billy e outros dois cujas histórias não foram divulgadas.
eles não tinham depressão, eles tinham amigos, eles não tinham perdido entes queridos ou passavam necessidades terríveis.
eles eram gays.
tyler tocava violino, era universitário e tinha 19 anos. um video no qual ele fazia sexo com seu namorado foi parar na internet e quando ele descobriu, se jogou de uma ponte.
raymond também era um universitário 19 anos. amava harry potter, estava ansioso para ver as relíquias mortais, gostava dos rugrats e da gwen stefani. se enforcou na porta do seu quarto
seth tinha apenas treze anos e era atormentado por meio de telefonemas, pela internet e pessoalmente, por ser um menino estiloso e de personalidade. se enforcou numa árvore do seu quintal.
asher era um menino franzino de 13 anos, e as crianças na escola o atormentavam por ser pequeno, por causa das suas roupas e suas crenças religiosas. ele se matou com um tiro na cabeça. a escola sabia o que estava acontecendo e não fez nada.
billy tinha 15 anos, e as mensagens homofobicas no seu facebook foram muito claras: 'se mate, seu viado!'. e ele fez isso.
a iniciativa de fazer do dia 20/10/2010 um Gay Pride Day em homenagem à esses meninos veio dos próprios tumblers, não da equipe do site. o tumblr hoje em dia tem quase 9.000.000 de usuários, e entre os 100 que eu particularmente sigo não há nenhum homofóbico. e a coisa vai além: todos eles são simpatizantes com a causa gay.
eu cheguei a pensar que eu os seguia por causa disso. mas depois de um tempo eu fui percebendo que na verdade, a homofobia, o racismo, a xenofobia e qualquer tipo de preconceito de um modo geral são praticas abominadas no tumblr.
eu quero realmente crer que o que esse universo tumblriano mostra é um tendência na juventude atual.
e em um caso como esse, eu já ficaria satisfeita se fosse apenas pela modinha.
cara, eu conheço conheço conheço mesmo três viados nessa minha vida.
um deles estava lindo e pimpão no quarto ano de uma faculdade federal, quando foi para Alemanha fazer intercâmbio por causa da excelente pesquisa feita por ele. está lá agora
além disso, ele é o menino mais educado que eu já conheci na vida. a gente fica até acanhada na presença dele, de tão doce, culto, gentil, lindo e maravilhoso que ele é.
o outro estudou comigo e sempre tirava as melhores notas da sala. está no segundo ano em uma faculdade pública. ENGENHARIA galera. pelamor. tem que ser escolhido por deus pra fazer engenharia. ainda mais em faculdade publica. além disso, ele é o melhor cozinheiro do muuuuundo
o último viadinho lindo que eu conheço tem 30 anos. terminou a graduação na usp quando tinha 22 anos, foi fazer doutorado em seguida mestrado em seguida pós e blablabla, eu não sei bem a ordem. ele tem sua própria empresa de tradução, ganha bem pra caramba, ahaza na night, tem um homem maravilhoso, já viajou ela frança, holanda, inglaterra e tal. uma pessoa bem sucedida.
se tivesse acontecido algo com esses três como o que aconteceu com aqueles sete, eu não sei o que faria.
agora diga-me: O QUE O FATO DE ALGUÉM DAR O CU IMPLICA EM ELE SER UMA PESSOA PIOR OU MELHOR?
vamos lá, pessoal. a vida é curta e linda demais pra gente se preocupar com esse tipo decoisa.
for so long...
... i had blogs and write in them everyday. i used to have journals, i used to have all this kind of things that you can just go and write everything that you're feeling.
for so long i used to post this things and people actualy like it.
but now. i can't have a blog, a journal or everything like that.
because it's all so fucking depressing!
i had this fotolog.com/paolavive and i shiver just thinking of reading the archives. it's all too sad!
i don't want this anymore.
but now. noooooooooow. when i was starting to feel that 'here comes the sun tchurururu'. my dad leaves. and i have too do all this exams so i can go to college. i feel ridiculous.
i want to have a blog and post funny texts about my daily stuff and, you know.
i guess it won't hurt give it a try.
for so long i used to post this things and people actualy like it.
but now. i can't have a blog, a journal or everything like that.
because it's all so fucking depressing!
i had this fotolog.com/paolavive and i shiver just thinking of reading the archives. it's all too sad!
i don't want this anymore.
but now. noooooooooow. when i was starting to feel that 'here comes the sun tchurururu'. my dad leaves. and i have too do all this exams so i can go to college. i feel ridiculous.
i want to have a blog and post funny texts about my daily stuff and, you know.
i guess it won't hurt give it a try.
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